El Uruguay

Estes dias li no Diário SM o que Vitor Ramil escreveu em seu "Estética do Frio" (http://www.vitorramil.com.br/estetica.htm#). Caminhando nestes últimos dias de junho pelas ruas de "la ciudadela", em Montevideo, me recordei das palavras do artista e vi mais claro meus processos identificatórios.


Ramil contava no artigo que, certa feita, no escaldante Rio de Janeiro, via, pela TV, notícias do Sul, do frio chegando ao pampa rio-grandense. Sentiu, sorvendo seu mate e suando muitíssimo, que não era daquele espaço. Sentiu-se fora do lugar. (Já me senti fora do lugar algumas vezes!)


Quando vivi na Argentina, sentia algo estranho com relação aos brasileiros que viviam na mesma casa que eu. Eram meus compatriotas, mas compartiamos raramente gostos, falares, valores, ideias. Estranho ser brasileira naquela situação de estrangeira com "os meus". Na contrapartida, misturada aos argentinos nas calles de Santa Fe, sentia-me parte. O mate sempre foi um elo interessante entre nosotros, del sur.


Foi talvez por lá que senti o que li e pensei sempre a respeito dos paises do Prata. Eramos um só continente, para além das questões territoriais de outros tempos e tratados.


Nas calles uruguayas, "lo mismo". Me Senti parte daquele frio gelado que abarca. Me senti um pouco uruguaya, como meu avô nascido em Melo. Borges (apud Ramil) certamente tinha razão... o frio (esta arte do sul) é o que nos revela.





Comentários

  1. Mas bah! Angelise e Vitor Ramil na mesma página e compartilhando as mesmas sensações que eu percebo. Semana passada estive no Rio. É possível que alguém se sinta estrangeiro em seu próprio páis? Ô, se é!

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