Para as minhas professoras da Educação Básica


Esta semana fecho um ciclo importante na minha caminhada formativa, termino o doutorado em Educação! E é inevitável não fazer uma retrospectiva, lembrando de cada um que fez parte de toda essa história - fundamentalmente, meus professores da Educação Básica.

Eu entrei na escola com 6 anos, no pré. Lembro-me de como achava o Colégio Municipal Padre Nóbrega um lugar gigante. As escadas eram enormes para minhas pernas de criança. Escuto no fio da memória meus meus pais dizendo que ali eu ia aprender muito e que eu precisava respeitar meus professores, porque eles me ajudariam nessa aprendizagem. Estavam certíssimos!

A professora Magda Elisabete Porto abriu as portas do mundo das palavras para minha alma inquieta. Ela foi o primeiro exemplo que tive de amor pelo que se fazia em educação. Ela abraçava com os olhos, com o coração cada um de seus alunos. Eu lembro do espaço da nossa sala de aula... lembro do meu uniforme... mas o que eu nunca esqueço é dela. Nunca vou esquecer essa professora maravilhosa que me ensinou a ler, a calcular e a ser feliz na escola!



Na 5ª série (hoje 6º ano) fui estudar no Coronel Pilar, escola estadual de Educação Básica onde conclui o ensino fundamental e médio. Como pilariana, aprendi que a escola deve ser inclusiva e lá me ensinaram boa parte do que sei sobre ensino para pessoas com deficiência, sobretudo a visual. Lá tive professores fantásticos que me ensinaram tudo que podiam... me ensinaram a querer progredir pelo estudo, me ensinaram a superar as dificuldades, me permitiram sonhar... Entre livros, cadernos, quadros, giz - eles foram o exemplo que eu precisava para escolher ser professora. 

Nunca vou esquecer que, na 6ª série (7º ano hoje), a professora Tânia Oliveira levou um poema de Manoel Bandeira e nos pediu para escrevermos um poema também. Ela me ensinou que eu podia... e eu consigo até hoje me revelar através da poesia. Como não ser grata? Lembro-me de toda a turma da 7ª série (8º ano hoje) chorar quando ela precisou deixar a nossa turma... todos amavam a professora de língua portuguesa! 

No Pilar, aprendi outros gêneros com a professora Jandira - que também foi minha professora no curso de Letras Português e na Especialização. Aprendi a argumentar e a (re)escrever cada possibilidade... Aprendi que a história é mais do que está nos livros didáticos com a professora Vilma, que caminhava pela sala e nos contava o mundo, sempre nos alertando que precisávamos ler para além das palavras. 

No 3º ano, quando imaginei já ter amado muito e ter abandonado qualquer possibilidade de romance com a matemática, eis que surge a professora Sonia Morgental. Ciente de minha dificuldade em visualizar determinados cálculos, ele me deu opções, me fez fazer pirâmides de diferentes lados e vi em toda aquela linguagem que era possível aprender com amor aquilo que achávamos que não aprenderíamos nunca. 

Tanto no Colégio Padre Nóbrega como no Colégio Coronel Pilar, eu fui muito feliz, o que me faz acreditar muito em uma educação pública, gratuita, amorosa e de qualidade. 

Sem dúvida, eu sou fruto do investimento amoroso, pedagógico, profissional dessas professoras. Elas me constituíram... semearam em mim a esperança que tinham / têm na educação. O meu agradecimento é esta tese, que investiga o amor como ferramenta pedagógica. 

Sempre serei grata a estas guerreiras, porque viram em mim um projeto de vida!

Angelise


Título da Tese: PELOS BOSQUES DA FORMAÇÃO: O PROFESSOR DE ESPANHOL COMO MEDIADOR INTERCULTURAL NA PERSPECTIVA DA BIOLOGIA DO AMOR

Banca de Qualificação - 2016

ORIENTADOR: Prof. Dr. Valdo Hermes de Lima Barcelos

Local e Data da Defesa da Tese: UFSM/CE, sala 3287 (sala verde), 16 agostos de 2018, às 14 horas.


Comentários

  1. Emocionante, prof. Angelise!!! Por esse convite/relato e tantos olhinhos sedentos de amor no aprender, de meus pequenos alunos, que acredito na construção do conhecimento como o impulso para o semear esperança com amor... Parabéns por este belo momento querida professora!!! Besitos...

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