Palavrinhas de inicio de tarde...

Eu sou de escrever pouco mesmo. Não sou amiga das grandes e intermináveis frases. Nada contra elas, mas "me gusta" ficar descobrindo o depois e o depois que vem depois do ponto final. É como tentar saber o que está na outra margem no rio, sem ver nada além de neblina e neblina. Por isso, deixo a mensagem do meu amigo Fernando, para que os que leiem este singelo blog imaginem a riqueza que há na escrita dele (mirem o poeminha abaixo). E para ele, um convite à escrita (que começa com o grande poema do Luis Coronel, enviado pelo Fernando) - quiçá a escritura por estes caminhos virtuais, tão palpáveis, às vezes.
Teus pés voam longe
Asas de pavão
Num festival de cor e paixão.
(Fernando Caprioli)

ROMANCEIRO DA ERVA-MATE - Luiz Coronel

Naquele dia, por simpatia,
se achegou, sentou ao meu lado.
E me olhou e me serviu
mate com açúcar queimado.
Voltei logo, vim de longe
troteando a felicidade.
Naquele mate com açúcar
me deu somente amizade.
Passei a vagar pelos campos
dia e noite a pensar nela.
Pra dizer que em mim pensava
Serviu mate com canela.
Colhi as flores do campo,
trouxe brincos e um anel.
Querendo casar comigo
me serviu mate com mel.
Mas não quis partir comigo,
ai, quanta tristeza eu trago.
Pra dizer tenho outro amor,
me deu mate mui amargo.
Sete vezes eu voltei,
mas desisti afinal.
Só pra me mandar embora
me serviu mate com sal.

Sua vida é sentida
no calor de cada mate.
Na invernada do amor
é sabor de vida e sorte...

Comentários