Reflexões sobre o viver - parte 6

Para Marcus Fontana, meu companheiro 
de viagens, de vida.


Viajar é mudar a roupa da alma, declarou Mário Quintana. Declarou, também, que viajar é mudar o cenário da solidão. Talvez, a solidão do outro, da cultura do outro, do que o outro representa em nós e para nós no nosso processo de existir.

Quando viajo me permito ver com calma nos olhos. Gosto de ir ao encontro do outro, sentir suas vivências, sua linguagem, suas dores, seus amores, seu ritmo, suas canções. Eu viajo me permitindo abrazar o desconhecido do meu cotidiano. Me encharco de memórias, de cheiros, de sabores, de imagens, de olhares, de contatos.

E se para viajar basta existir, como versejou Fernando Pessoa, existo porque viajo. Viajo nas páginas dos romances, viajo pelas esquinas dos versos de minhas poesias, viajo para meu passado e para o meu futuro. Viajo pelos mapas que traço, sonhadora. E isto é, para mim, o exercício da minha felicidade. 






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