Reflexões sobre o viver - parte 17: das expectativas

A expectativa é um mal. No trabalho, na família, entre os amigos, em meio as leituras - a expectativa é um mal. Quando nos colocamos a espera de que nossos desejos sejam atendidos (geralmente) nos frustramos e nos entristecemos. Ao esperar do outro o que o outro não deseja realizar, lutamos a favor de nossa própria desesperança. Nos despedaçamos a partir de nossa própria iniciativa. Nós somos protagonistas e responsáveis por nossa decepção. Em tempo (sempre em tempo), é preciso aprender a não criar expectativa, a ser realista diante da vida, dos fatos. Humberto Maturana nos apresenta isto como um caminho possível para o viver. "El vivir humano en el presente sin dolor ni sufrimiento requiere vivir todas las dimensiones de los mundos humanos que surgen en el lenguajear (incluyendo el explicar, el comprender, los deseos, las expectativas, y la consciencia de sí, de ser y estar), como meros aspectos del flujo del vivir en el desapego al valor o sentido que uno podría dar al supuesto ser trascendente de lo distinguido, cualquiera que esto sea". Viver sem expectativa é amar no fluir do viver em pleno presente, legitimando o outro como verdadeiro outro na relação. "El amar no quiere ni busca las consecuencias del amar". A expectativa é um mal. Tomar consciência dela, um bem. Apropriar-se do que é de nossa competência, aceitar que somos donos apenas de nossas escolhas, uma libertação.
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