De ditaduras e silenciamentos

Na maioria das vezes, percebemos que ainda não vimos em vida tudo que é possível ver. E algumas visões são inexplicáveis. Uma destas é o que anda acontecendo pela Coreia do Norte.

Na última semana, a ditadura de Kim Jong-un determinou um corte de cabelo à moda socialista para sua população. Primeiramente, foram liberados dez modelos de cortes diferentes para os homens e dezoito para as mulher. Agora, no entanto, a coisa mudou. Em mais uma demostração de autoritarismo e excentricidade, o ditador decidiu impor o seu próprio corte de cabelo a toda a população masculina do país. 

Com este acontecido, fiquei remexendo os meus botões da memória e selecionando as ditaduras que ainda vivenciamos em pleno Brasil do século XXI. 

Na escola, vi muitas coisas interessantes. No início da cada ano letivo, a ditadora, digo, a diretora lia para toda a comunidade escolar as normas que o ano obrigava a seguir. Nenhuma regra havia sido construída com os alunos, nem mesmo os professores da casa participavam da seleção. Era norma e norma cuidadosamente verificada no dia-a-dia dos pequenos aprendizes. 

A mais tirana de todas estas normas escolares, para mim, sempre foi a do silenciamento (e não vi isso apenas na escola, vi na universidade também). Todos têm que escutar o mestre, todos têm que ficar de boca fechada, todos têm que prestar atenção porque o conteúdo cai na prova. É uma violência sem tamanho silenciar uma criança! 

Na escola, com os meus alunos, eu sempre fui partidária de outras construções. Na minha sala de aula, regra sempre foi o respeito, a alegria, o olho no olho, a amorosidade. Criança que não confia no professor não aprende (quase) nada de bom com ele. 

Em todos os tempos, é preciso aprender a compartilhar carinho, respeito, humanidade. Em tempos de imposição, é preciso aprender a ser grande  - nos pensares e sonhares. E que este sonho não seja moldado por nenhuma mão à moda Kim Jong-un.
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