De esperanças e amizades


 Ao seu Ari e aos nossos colegas Décio, 
Gilmar, Rodrigo e Ari, da UFFS.


É de impressionar como o tempo mudou a rotina, a vida, o comportamento das pessoas. Quando eu era criança, podíamos brincar livres pela rua de casa, os muros e portões eram baixos e nós podíamos pulá-los sem esforço. Da janela, gritávamos para a vizinha e a vizinha, comadre, chamava sempre que preciso. 

Hoje, eu moro em um apartamento e desconheço as pessoas. Sou eu, meu companheiro e a nossa gata. Na televisão, as notícias nos assombram e já nem saímos mais tanto assim de casa. É o inverso da vida social. Nos resguardamos do inesperado. Vivemos com medo.

Esta semana, porém, na vinda para Cerro Largo, me deparei com algo que pensava já não existir mais. Na estrada, eu e minha colega Ana Beatriz ficamos paradas por conta de um pneu furado - culpa da estrada esburacada e sem reparos. Era noitinha já e nós estávamos amedrontadas com o movimento da estrada. Ligamos para nossos colegas virem nos ajudar (parceria rara hoje em dia também!), mas fomos surpreendidas pela generosidade do seu Ari. O seu Ari, esposo da Teca, de Cerro Largo. 

Noite já - ele parou o carro e se prontificou a nos ajudar. Pessoa iluminada, deu sentido a nossa noite, me fez ver que no mundo ainda há pessoas boas, caridosas, dedicadas a fazer o bem. Animou a minha esperança na humanidade.

Certamente, seu Ari fará parte de nossas memórias  - as minhas e as da Ana Beatriz. Afinal, não é sempre que alguém pode ser chamado de amigo. Não é mana?





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