Um jeito de ser

Todos temos um jeito de nos colocarmos no mundo. Cada um a sua moda, com suas particularidades e medos. 

Eu sempre me coloquei. Sempre fui de abrir as asas e me jogar. Lembro da primeira vez que subi ao palco para declamar um poema. Eu tinha 4 anos. Meu pai sentou perto de mim e conversou como quem me segura a mão e me joga para a vida. Disse que o importante era participar.

Participo desde então. Não sou de sair sem dar adeus, nem chegar sem um sorriso. Calor humano movimenta a vida dentro de mim! E eu me envolvo... 

Meu jeito de participar da vida!

Tenho aprendido, nesta arte de viver, que há algo de extremamente poético na escuta. Muito mais do que um encontro da boca com os ouvidos, é um conúbio de almas. Escutar é abraçar o outro na visibilidade do respeito não declarado

Quando eu escuto alguém, meu ouvido vai além. Ele olha através de suas pupilas ... sim, é preciso cultivar nossas pupilas auditivas, porque nós a temos! É um jeito de chegar a alma daquele que está de passagem.

Escutar, simplesmente ouvir. Com a mesma emoção que sentimos aos sermos ouvidos...

Diante disso, cada um a sua moda, com suas particularidades e medos - nos colocamos no mundo. Um mundo onde se pode Ser, simplesmente.



Post-scriptum: Carl Rogers motivou a escrita deste texto. Sua leitura, sua esclarecedora leitura de mim. 


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