Best-sellers e casamentos




Acho fabuloso ir ao mercado comprar comidinhas e leitura.  Na última ida ao super comprei um livro que me ganhou pela capa: um enorme coração com o título intrigante de "Comprometida". São destes best-sellers que muitos de meus antigos professores da academia chamariam "porcaria". Eu estou me divertindo horrores!

O livro conta a saga de uma mulher frustrada com a instituição "casamento". Após um longo e sofrido divórcio, decide nunca mais unir-se legalmente a outro homem. Porém, como na, vida não há mal que dure para sempre, a personagem norte-americana se apaixona por um estrangeiro, um brasileiro chamado Felipe. Por ele, para que não seja deportado, passa a repensar seus conceitos, superar seus desmandos, duas desilusões, seus monstros interiores. Para emergir para esta nova relação que se apresenta, ela decide conhecer como mulheres de diferentes culturas concebem a união.

Em meio as minhas leituras, fiquei pensando que coisas eu penso sobre o casamento. Eu que sou mulher, gaúcha, brasileira, latino-americana, ocidental. 

Na minha família, acho que todas as mulheres casaram. Teve prima que fugiu para casar e viver o amor. Eu, no entanto, sempre tive certo medo deste tipo de contrato. Estas questões judiciais sempre me pareceram meio nebulosas, sujeitas a burlas e enganos. Deve ser o mal de ser filha e irmã de advogado a gente se cria desconfiado. 

Quando eu penso em casamento, penso apenas em união. Mas não aquela de escovas de dentes e gavetas do guarda-roupa. Casar é aceitar caminhar do lado, planejar a vida e sonhar juntos. É aceitar que não há perfeição e que no dia-a-dia é preciso ser amor e sombra para amansar e refrescar as dores da alma, sempre com o respeito de quem olha nos olhos e oferece o ombro amigo. Casar é ser cúmplice em vida, pela vida, com vida. 

Acho fabuloso ir ao mercado comprar comidinhas, leitura e reflexões sobre a vida.  Esta última ida ao super me fez pensar que casamento não precisa de contrato, mas que sendo amor, precisa de união. E é a união (e não os papéis e direitos civis) que faz o casamento.

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