De tempos e descobertas

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Demoramos muito para nos descobrirmos. O tempo é um amigo impagável neste aspecto. Ele molda o vento, arruma as árvores e nossas curvas. O tempo nos leva e nos traz muitas vezes para nossos encontros com a vida.  A calma de olhar o trajeto das folhas pela janela e escutar os ruídos e os clamorosos compassos de Éolo também é presente deste ir e vir das horas.

Muitas vezes, este ir e vir nos acompanha de uma chacoalhada. Um susto, uma rasteira, uma tirada de chão. É Chronos que bate a porta para exigir destrezas, para exigir atitudes, para pedir sonhos e movimentos. A vida requer comprometimento. É preciso crescer. É preciso transformar-se. É preciso ser luz.

Uma de minhas maiores dificuldades é compreender o porquê de muitas pessoas, nestas volteadas de cochilha que o tempo espera a espreita, buscarem o caminho dos fundos. São pessoas prontas para o amor, desejosas por amar, mas que simplesmente não se permitem. Este é meu verdadeiro aprendizado: aprender a compreender as fraquezas alheias, tão minhas. Aceitar do outro o que o outro consegue oferecer. Aceitar o tempo do outro, a necessidade do outro. Reconhecer e aceitar as minhas necessidades. 

Em tempos de crescimento, de fazer as malas e ser gente grande, é preciso iluminar. Simplesmente (e com simplicidade) encontrar o caminho e partir em buscas de realizações, de semeaduras e de novos ares. 

Demoramos muito para nos descobrirmos, reconhecermos nossa identidade. E descobrindo (bem de poucos), é fundamental ter coragem de nos olharmos e nos percebermos gente, demasiadamente humanos. O tempo é um amigo impagável neste aspecto.



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