É preciso acreditar, pelos nossos meninos...é preciso acreditar!

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Há tempos, na universidade, discutindo acerca dos novos tempos e da educação, olhei um vídeo* de um menino, com cerca de dez anos, que perguntava, com veemência, se a pessoa que o assistia tinha certeza de que poderia ser sua professora.  Ele estava em uma sala cheia de aparatos tecnológicos e conseguia, com sua pouca idade, manipulá-los com tranquilidade, com precisão.  Ele tinha certeza que poucos poderiam orientá-lo neste sentido. Ele questionou, pegou pesado, impressionou.

Não por acaso lembrei-me deste vídeo esta semana – semana esta marcada por novas questões envolvendo os políticos do mensalão. Pensei que algum menino deste país poderia ter a coragem de fazer um vídeo assim para os políticos que estão aí, com um currículo pouco desejável para merecerem nosso voto, nossa confiança e nossas últimas gotas de esperança. Queria ver um menino deste país, fruto da educação pública brasileira, revoltando-se (positivamente). Queria vê-lo mostrando sua escola, suas condições de estudo, as formas como é incentivado a aprender e perguntando ao ilustre, que é tratado nos congressos por aí afora como vossa excelência, se este merece o seu voto, se este merece representá-lo, se este tem condições de estar no cargo em que está.

Um país que precisa discutir tanto e problematizar tanto para investir em saúde e educação (lembremos o pré-sal); um país que tem (diariamente) como manchete principal em todos os seus telejornais escândalos de corrupção – precisava de um menino corajoso que fale, que pergunte:  - você acha que pode me representar? Você acha que pode ter o meu voto?

Nosso país, menino que é, precisa aprender enquanto é tempo os valores importantes da honestidade, do respeito, etc.. Precisa ter a coragem de crescer com passos firmes para ser, de fato, gigante. Afinal, um país que segue ano após ano nas últimas posições no ranking do ensino de matemática, de ciências, um país que está nas últimas posições em se tratando de compreensão leitora – algo de errado tem.

É preciso ter a coragem dos pequenos, destes meninos do nosso país que seguem batalhando por uma vida melhor. É preciso não sucumbir diante da realidade que temos. É preciso batalhar por outros caminhos, construir outro panorama. É preciso acreditar, pelos nossos meninos.

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