De pisos e construções - para uma valorização do que é nosso

Ao acompanhar as notícias do estado esta semana, li que o piso regional teve um reajuste de cerca de doze por cento e este reajuste entra em vigor a partir de primeiro de fevereiro. Muito se ganha com este aumento salarial. Os trabalhadores de diferentes ramos podem dar-se o luxo de viver um pouco mais que apenas trabalhar para pagar contas e impostos. O governo também sorri com o movimento econômico decorrente desta "injeção" monetária. É bom para todos. 

Porém, entre os trabalhadores que receberão este reajuste, não encontrei os professores. Por lei, o piso salarial do magistério já deveria vigorar desde 2008, quando a lei foi sancionada. No entanto, o mesmo governador que ajudou a criar esta lei, não a cumpre em nosso estado. Uma lástima! Fico entristecida como nosso país faz pouco caso da educação...

E isso não se refere apenas a dar um salário digno aos professores Brasil afora. Trata-se de reconhecer o papel deste frente a sociedade, trata-se de valorizá-lo diante da nação, proporcionando uma boa formação inicial e continuada, espaços dignos de trabalho, possibilidade (e tempo) de planejamento e projeção da carreira docente. 


Vale salientar, também, que em meio a isto, o professor também tem que cumprir o seu papel profissional. A falta de uma coisa não pode diminuir a outra - neste caso, a falta de pagamento do piso não pode ser motivo para que os professores neglicenciem no processo de ensino e de aprendizagem de milhões de crianças, jovens e adultos de nossas escolas. É preciso que o professor, com sua voz, crie espaços de reflexão capazes de transformar sua (nossa!) própria realidade. 

Em meio a este quadro que não evolui, penso no quanto temos que ser construtores de realidades, não apenas de possibilidades. É preciso mais do que pensar grande. É preciso realizar. E realizar em Educação é, desde agora, fazer um país diferente. 

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